domingo, fevereiro 15, 2004


"O Reino da
Fantasia"



Era uma vez um reino. Um grande reino mais rico que a corte de Salomão, mais fértil que imaginação dos deuses, mais belo que ver as avesinhas pipilando docemente nos ramos floridos da Primavera.

É o reino mais ambicionado do Universo, mas só as almas líricas dos poetas lá têm entrada, fazendo girar a chave maravilhosa da aventura na porta irreal do paraíso.

À entrada, dois hercúleos leões rugem assustadoramente os afiados dentes a tudo o que não seja o sonho e a poesia.

Mal estes chegam vêm recebê-los milhares de anjos que constróem com as brancas asas da pureza eterna muralha de segura quietude.

Lá dentro tudo é soberbo, magnífico: a relva é fresca e verde, muito, muito verde, em contraste com os seixos brancos de que são feitas as casas.

Há cataratas borbulhejantes de água de um cristal puríssimo, que vêm mais tarde espraiar-se abaixo numa brilhante lâmina de safira reluzente onde brilham as incrustações de prata feitas pelo sol cálido e risonho.

E as flores? Tantas e tão, tão belas as há ali que, se quiséssemos, faríamos com elas uma coroa tão larga como o anel de Saturno.

Há ainda árvores gigantescas e sombrias ou pequeninas e graciosas que desejaríamos apanhá-las num ramo para por aos pés do Menino Deus.

E o céu ?!O cerúleo céu tão lindo tão ridente quer banhado pela luz sol quer iluminado apenas pelas estrelas e a lua.

E que curiosos são os insectos, construindo com mil cuidados os o casulo sedoso onde e a pouco e pouco e pouco os ovos se transformam em lindas borboletas coloridas e rendilhadas que, mais tarde, irão enfeitar as s rosas altivas ou as violetas perfumadas dos canteiros e dos bosques.

E que belo o mar um mar calmo onde as raras ondas são cintilações de uma infinita esmeralda.

E há neve nas montanhas altas e agressivas.

Aves cantam á porfia nas florestas

Lá há tudo, até a realização dos mais incríveis sonhos.