
Só estou para a Senhora Morte
A si, Senhora Morte, espero-a na minha quietude cansada.Espero-a coroada de tantas flores quantas as que na vida me negaram, ou roubaram.Espero-a envolta em trajes brancos, resplandecente, sorrindo ao fundo do túnel de fúlgido azul.Espero-a com o sorriso da verdade única, primeva, ao lançar-me nos seus braços confiantes, que me não renegarão, nem me julgarão demasiado humilde, nem simples-simplória para neles me acolher.Abraçar-me-á como a todos os ricos e prepotentes, como a todos os mandantes e assassinos, como a todos os crápulas e santos.Sei que está à espera, como eu estou... nem uma nem outra demasiado ansiosa, Mas tranquilamente, sabendo-nos fiéis.
Maria Petronilho
(replicando com carinho ao artigo de Raymundo Silveira "Digam que não estou")
Lisboa, 18/9/2005
1 comentário:
Maria, sou brasileiro, professor e com muito orgulho descendente de portugueses.
Encontrei seu blog na net e tu passou a ganhar mais um admirador.
Continue sempre assim.
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